Auto-Mediunismo
Como o próprio nome nos diz, é a incorporação de valores
anímicos do próprio indivíduo. Ao contrário do que se pode pensar, há nesse
aspecto anímico o lado positivo, terapêutico. Muitos médiuns ou candidatos a
tal, no início de seu mediunismo, incorporam seus subconscientes profundos.
Necessário dizer-se, esse subconsciente profundo se refere ao arquivo vivo
representado pelo vivencial e experiências do indivíduo em suas várias
encarnações.
Essa válvula psíquica, inerente ao médiuns e somente a eles,
para um futuro mais ou menos distante será compreendida pela medicina
terrestre. Sabemos que medicina terrestre já reconhece os 12 lobos cerebrais,
os quais histologicamente são formados por bilhões de unidades-vivas
denominadas células. Esses 12 lobos, com funções neurológicas e psíquicas
avançadas, ainda estão muito distantes de serem reconhecidas pela ciência. A
própria psicopatologia, em futuro, melhor entenderá as distorções e distúrbios
vários do caráter, do comportamento e da personalidade. Far-se-ão em futuro as
ditas cirurgias comportamentais ou psíquicas, não como se faz hoje a lobotomia,
mas interferindo-se no complexo energético através do Duplo Etérico e por
contigüidade vibracional, no Corpo Astral.
Mas entendamos como funciona, qual é o mecanismo do
auto-mediunismo. Em primeiro lugar, é
necessário que se entenda o mecanismo interno do fenômeno, pois o mesmo se dá
através da liberação consciencional do passado vivenciado, entrando e penetrando
no hoje, no presente. Esse fenômeno a maior parte das vezes é inconsciente, e
se não for logo debelado, por quem saiba realmente do seu mecanismo, levará o
indivíduo aos meandros da demência.
Na verdade, o que há é uma perda relativa da função de
comporta entre os lobos ou porções posteriores e as porções anteriores do
encéfalo, isto em nível físico denso. O fenômeno físico é uma projeção ou
equivalência de anomalias provenientes do Corpo Mental. As linhas de força que
partem do Corpo Mental, passando por uma complexa rede no Corpo Astral do
indivíduo, que deveriam inibir o lobo posterior, sofrem solução de
continuidade, ocorrendo o fenômeno citado.
Os sinais e os sintomas são muitos característicos. Usamos
sinais e sintomas, pois em verdade estamos diante de uma patologia com vínculo
na alma.
O Ser Espiritual encarnado nessa condição assume uma
personalidade, ou parte dela, vivida em outros tempos, em outra encarnação
passada. Isso pode acontecer via choque mnemônico, por mimese espiritual
(repetição inconsciente de certas atitudes drásticas vivenciadas em outra
reencarnação). Citemos à guisa de exemplo, um indivíduo que tenha desencarnado
em virtude de um traumatismo
crânio-encefálico aos 21 anos de idade. Em sua próxima encarnação,
quando chegar próximo aos 21 anos sentirá a sensação de peso na cabeça,
entorpecimento, sonolência, isto tudo, é claro, na dependência dos fatores que
o fizeram e o conduziram ao desencarne. O fenômeno pode parar por aí ou
continuar.
Imaginemos outra situação, esta mais complicada. Um
indivíduo, por motivos vários, tenta o suicídio com arma de fogo, mas não
consegue levar a cabo seu plano. Esse fato, ainda forjado, ocorreu quando
contava com 30 anos. Após o mesmo levou uma vida normal, vindo a desencarnar
naturalmente. Em sua próxima reencarnação, quando aproximar-se de 30 anos,
sentirá fortes desejos ou passará apuros com armas de fogo. Os desejos de morte
aparente, ou mesmo a sensação ou vontade de suicidar-se poderá lhe ocorrer na
mente, mas como em sua vida passada não consumou o fato, os sinais e os sintomas
serão leves, mas, aparecerão, sem dúvida. O contrário aconteceria se tivesse,
por infelicidade, conseguido se intento. A par de demorar em reencarnar, pois
na maior parte das vezes é assim, deve vir com anomalias físico-psíquicas, em
virtude de precisar se Corpo Astral que ficou lesado. Mas como destruiu,
aniquilou algo que não era seu, nessa sua próxima oportunidade reencarnatória
sentirá fortemente os mesmos desejos, e se não tiver decidido a caminhar adiante,
retrocederá, talvez milênios.
É a lei que não e boa, nem má. É justa.
Os sinais, ou seja, como se exterioriza dentro do aspecto
terreiro, é o que descreveremos agora. Ele pode se manifestar-se por
“incorporações” agressivas, com grunhidos e até ganidos. Destarte, pode
apresentar uma linguagem completamente desconexa e desconhecida. Pode também
acontecer do indivíduo apresentar uma linguagem diferente da sua, mas que é
entendida, apenas marcada pelo desconexo raciocínio. Pode dizer que esteja
incorporando gregos, mongóis, gauleses e até romanos, mas é apenas o
auto-mediunismo.
Em geral, ficam parcialmente inconscientes ou totalmente
conscientes. Há casos raríssimos, quando o indivíduo fica completamente
inconsciente. Felizmente esse quadro é raríssimo, pois é muito grave, não sendo
raro o médium ser levado ao desencarne. Esse não é o maior problema, aliás, a
questão começa aqui, pois no Plano Astral é que ele se acentua e torna-se
dramático.
Nesse fenômeno do auto-mediunismo em que o médium fica
inconsciente há um total desequilíbrio fisio-psíquico. O organismo perde toda
sua homeostasia, caminhando largamente para o desencarne. Muitos casos podem
ser crônicos, mas há os agudos, levando o indivíduo a um quadro semelhante ao
acidente cerebral hemorrágico. Aliás, esta é uma das muitas explicações do
derrame cerebral hemorrágico. Sabemos das múltiplas causas, ou etiopatogenias
dos acidentes vasculares cerebrais, mas em verdade a medicina terrestre conhece
apenas os efeitos, nem desconfiando, por ora, das verdadeiras causas ou
etiologias, que são rotuladas pela ciência oficial como idiopáticas.
Como se pode aquilatar, o fenômeno é terrível, havendo uma
subjugação ou até mesmo uma possessão temporal, variando em seu período de
tempo, isto é, o indivíduo assume outra personalidade, mas que é a sua mesma vivenciada
em recuados tempos. Muitos videntes sem a devida experiência pensam ser um
espírito obsessor, um kiumba ou outros que os valha. Assim pensam em virtude de
verem outro espírito, só deixando de observar que o Corpo Astral dos dois é o
mesmo. Claro que é um só Ser, com um só Corpo Astral, ora assumindo a
personalidade antiga, ora a atual. Assume duas, três, quatro ou até mais
personalidades, contundindo profundamente a textura e a histo-arquitetura de
seu Corpo Astral, acabando por degenerar completamente o corpo físico denso,
principalmente o encéfalo, que começa a apresentar avançados processos de
autólise celular – ditos como amolecimento cortical – de sua massa cinzenta e
depósitos de substâncias estranhas na neuróglia. Esse processo degenera completamente
o sistema nervoso central. Na medula há intensos processos de de
desmielinização e desestruração da cito-arquitetura neuronal, devido ao
bloqueio das linhas de forças condutoras de informações do Corpo Mental. Essas
linhas de força condutoras alcançam o organismo astral e desse a organização
física, via sistema nervoso central.
Esses processos, em verdade, devem ser evitados, pois depois
de instalados torna-se dificílima a sua cura. Mas ela existe, claro, se for
feita a tempo e por quem realmente diagnostique prontamente e aja
imediatamente. Mesmo assim, é desanimador do ponto de vista terreno, o seu
sucesso. De qualquer forma, é um início de tratamento, que continuará mais
diretamente no pós-morten. Muitos podem pensar que quando o indivíduo desencarna,
e, estando no Plano Astral, recebe a graça da cura. A realidade não é bem essa.
Receberá no plano afim o socorro que necessita, mas a cura se dará na arena
terrestre, através de abençoadas reencarnações. Como vimos, não há remédios
para o corpo físico, já que o mesmo está desgovernado por problemas do passado.
Complicando o caso, como a organização astral e física se encontram em
desalinho , desequilibradas, disso se aproveitam seus desafetos espirituais,
inimigos astrais, os quais deterioram mais o já doente indivíduo. Realmente, o
auto-mediunismo é uma doença com vínculos na alma.
Ao terminar este tópico, todos devem ter percebido o quanto
é grave influenciar um indivíduo negativamente, em seu mediunismo, e mesmo
tentar desenvolver algo que esse alguém não trouxe, ou seja, a mediunidade.
Com o exposto, esperamos que entenda-se que as ditas
feituras de cabeça e mesmo o ato de querer desenvolver em alguém a mediunidade
que não trouxe, embora graves, não são as causas principais do auto-mediunismo,
mas podem levar a esse estado. Também outras doenças podem dar essa explicação.
Muitos indivíduos que se dirigem aos terreiros, sempre
achando-se magiados ou embruxados, pedindo que os exconjure, têm essa
explicação. Em outras vidas, utilizaram-se e muito das correntes de bruxaria e
feitiçaria várias, sendo muitos até verdadeiros magos negros, sofrendo hoje as
sanções da Lei. O mesmo pode acontecer àquele que realmente foi magiado em
outras vidas, mas nessa sente-se constantemente atingido e atuado. Este caso é
mais simples, mas o difícil é sua diagnose, e poucos conseguem diagnosticá-la.
Pede-se àqueles que tem responsabilidade de orientar
médiuns, que tenham consciência quando sentenciarem que este ou aquele é
médium. Cuidado, pois do outro lado da vida as coisas tornam-se muitos
difíceis.
Após nossos apontamentos, explicamos alguns efeitos de
auto-mediunismo, mesmo porque as causas são de fundo moral, como vimos.
Observemos causas mais objetivas e que mais perto falam sobre as coisas do
Movimento Umbandista da atualidade.
Nos terreiros vamos observar as ditas preparações dos
médiuns, com suas anacrônicas feituras de cabeça. Dizem fazer a cabeça como ser
esta a preparação final do médium, o qual já fica pronto para receber seu
mentor, dar passes, consultas e até abrir seu próprio terreiro. Deixemos de
lado em nossas considerações as ditas feituras de cabeça inerentes ao Culto de
Nação Africana, que na maior parte das vezes não são tão deletérias quantas
essas praticadas por pseudo-umbandistas.
Dizíamos que estas lavagens de cabeça na Umbanda –
erroneamente feitas pelos que se dizem mas não são Umbandistas, e que levam em
sua composição materiais grosseiros, tais como sangue de animal, vísceras de
animal, dendê, ervas pesadas e tudo isso debaixo de sons estapafúrdios de
atabaques – podem levar os indivíduos ao auto-mediunismo.
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